terça-feira, dezembro 16, 2003

Descoberto o primeiro indício da existência de um contador quântico.
Agência Reuteurs - Brasília

A questão dos contadores quânticos é uma dentre as muitas que cercam a física quântica recente. O modelo teórico acerca dos contadores quânticos foi enunciado pela primeira vez em meados da década de 1990 e desde então vem causado furor em um dos campos mais incertos da física. Os contadores quânticos seriam os entes que regeriam o processo aonde uma possibilidade se torna um fato real.

Até essa semana, os contadores quânticos eram tratados com certo ceticismo pela comunidade científica. Se analisarmos bem, essa é uma questão que extrapola a física e já passa à metafísica, atingindo de frente a noção ocidental de causa e conseqüência e levantando uma das questões mais conflitantes da humananidade: a existência de uma consciência cósmica (Deus).

Foi exatamente essa semana que na Universidade de Brasília (UnB), em um golpe de sorte e causalidade, identificaram e isolaram uma partícula que seria o primeiro contador quântico descoberto pelo homem: o Murphyon.

O Murphyon é uma partícula densa que rege de forma desastrosa sobre o processo onde uma possibilidade se torna um fato real. Quanto mais desastrosa e desvantajosa a possibilidade, maior sua afinidade com o Murphyon. Se o número de Murphyons do meio ultrapassar uma quantidade n (ainda não descoberta pelos cientistas), o evento será regido única e exclusivamente pelos Murphyons em detrimento à qualquer outra força ou contador quântico.

A partícula foi encontrada em um golpe de sorte (irônico, não?): um cientista do Instituto de Física que fazia uma contagem com um contador Geiger em seu laboratório encontrou-se incomodado com o barulho que vinha do CA de Sociologia que fica um pouco acima de seu local de pesquisa. Indignado com a balbúrdia o físico vai ao recinto tirar satisfações. Distraído, ele chega na pequena sala de contador Geiger em punho e percebe que o medidor do aparelho se encontra tresloucado quando ele se aproxima de um sujeito que ali estava. O sujeito passava por baixo de uma mesa de truco a hora que o cientista chegara (o motivo do barulho era o péssimo desempenho do indivíduo em uma partida de melhor de três, as quais ele perdeu todas). Intrigado com a agitação do contador Geiger, o físico chamou o sujeito para ir ao laboratório logo abaixo a fim de serem realizados alguns testes. O sujeito relutou, discursou sobre a liberdade de postura de cada um e sobre a questão da influência da criação de avós no comportamento adulto de indivíduos do sexo masculino. O físico explicou para o indivíduo sobre o resultado da leitura do contador Geiger e o mal-entendido se desfez (o sujeito é um estudante de comunicação social que havia feito física durante 1 ano, e tinha noções basais de quântica).

Quando chegou ao laboratório, percebeu que precisaria de formulários de entrevistas e do parecer do coordenador do Instituto de física. Deixou o sujeito no laboratório e quando voltou encontrou seus computadores atacados por bugs e um considerável vazamento de nitrogênio líquido no sistema de resfriamento de um reator atômico experimental. Curioso, perguntou ao sujeito se ele mexera em algo: negativo, o garoto nem saíra da cadeira onde estava sentado. Instigado o professor realizou vários experimentos e descobriu que o garoto era uma fonte primária de emissão de partículas quânticas. Não conseguindo identificá-la, o cientista pediu ajuda à Faculdade de Engenharia Física de Berkeley.

Uma equipe de cientistas californianos vieram a Brasília para tentar identificar a tal partícula. Depois de uma semana de estudos, foi isolado o Murphyon. Se a Lei da Gravidade é regida pelos gravitons, a Lei de Murphy é regida pelo Murphyon.

É impossível não se falar da descoberta desta partícula sem entrevistarmos aquele que pode não ter oferecido conhecimentos científicos para a descoberta dessa partícula, mas serviu de cobaia para essa descoberta fantástica.

Como você se sente participando dessa grande descoberta da física quântica?

É, eu realmente não esperava entrar para a história da ciência dessa forma. Pelo menos eu ajudei a fazer algo que preste desta vez.

Você parece meio macambuzo, pessimista eu diria...

Eu sou uma fonte primária do ente quântico que rege o potencial de erro no processo possibilidade-fato. Como você quer que eu me sinta?

Ora, mas isso te torna uma pessoa especial. Você é uma pessoa especial? Veja a quantidade de prazeres que você goza?

Tô sem grana, não tenho carro, meu telefone tá cortado, sofri uma crise alérgica, tenho uma dúzia de trabalhos para entregar e não tenho namorada! O que você me diz disso senhor "a-vida-é-tão-bela"?

Nossa, é realmente, você está em apuros. Eu diria que você é a pessoa mais (com o perdão da palavra) fudida que eu já vi. Você nunca pensou em se benzer? Arre! Que azar, meu filho! Você nunca pensou em fazer algo para melhorar isso?

Não sei... Acho que vou passar minhas férias em Alto Paraíso, passar por um tratamento de cristais, ter um contato maior com a natureza, procurar dissipar minhas energias negativas, meditar, sentar à luz de uma fogueira e cantar Raul Seixas...

NOSSA! Viu como você pode melhorar as coisas?

Você realmente acha que eu vou fazer isso! Olha bem pra minha cara... você acha que eu tenho cara de quem vai acampar em um lugar a mais de 30 km de um Mc'donalds e a uns 15 km de um computador com acesso à internet para cantar "Viva a sociedade alternativa" com um bando de pessoas que possuem um resíduo de massa encefálica pouco maior que uma jabuticaba.

Por que todo esse ódio no coração?

EU ACHO QUE VOCÊ AINDA NÃO ENTENDEU MINHA SITUAÇÃO, MEU AMIGO! A DESCOBERTA DO MURPHYON NÃO FOI NADA MAIS PARA MIM DO QUE A CERTEZA DE UMA VIDA COBERTA DE FRACASSOS! COM CERTEZA EU TEREI UMA VIDA MEDÍOCRE, UM DESEMPENHO ACADÊMICO MEDÍOCRE, UMA VIDA SOCIAL MEDÍOCRE, UMA SÉRIE DE RELACIONAMENTOS MEDÍOCRES... SABE O QUE ISSO SIGNIFICA?

Não! Aonde você quer chegar?

SE EU CONTINUAR FADADO A TER UMA VIDA ACADÊMICA E PROFISSIONAL MEDÍOCRES... DENTRO DE ALGUNS ANOS EU NÃO PASSAREI DE UM COMPLETO IDIOTA QUE FICA COMO UM PATETA COM UM GRAVADOR NA MÃO FAZENDO PERGUNTAS ESTÚPIDAS A PESSOAS QUE NÃO ESTÃO NEM UM POUCO AFIM DE RESPONDÊ-LAS...

Então é melhor eu dar a entrevista como terminada?

Não! Se você quiser você pode me mandar um email com uma série de perguntas... Eu posso até te garantir exclusividade e te fornecer material para a minha biografia.

Ah! Você tem planos para um biografia... e qual será o nome dela?

Vai ser "A história do homem mais fudido do mundo escrita pelo mais doente"... Passar bem!

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