terça-feira, novembro 23, 2004

O que me assusta na TV brasileira

O que me assusta na TV brasileira não é a onda de baixaria que ronda muito mais os programas semanais que os já execrados programas de domingo...

O que me assusta na TV brasileira não é a figura patética de certos apresentadores de telejornal que se inflamam ao falarem da “situação indecente e vergonhosa” que se encontra o país...

O que me assusta na TV brasileira não é o já batido reality show e toda a perversão da instituição chamada “privacidade” que estes programas pregam de maneira subjetiva...

O que me assusta na TV brasileira não são as celebridades choronas todo o domingo no Faustão falando da difícil vida que levavam antes de serem famosas...

O que me assusta na TV brasileira é que alguém possa vir a público e dizer que seu intestino não funciona corretamente só para vender iogurte...

Isso me assusta!

sexta-feira, novembro 12, 2004

Explicando o babaca

O babaca é um tipo de indivíduo meio que dotado de toda uma aura insuportável e repugnante. Encaixa-se nele uma série de adjetivos: imbecil, prepotente, estúpido, boçal e mais uma série a qual cita-la seria apenas um pretexto para tornar este texto (mais) prolixo. O que importa é que de alguma forma o babaca não parece ser digno de nossa compreensão e por isso mesmo deve ser rechaçado até o ponto que este tenha noção de sua insuportabilidade e se torne um ser humano mais agradável.

No entanto, essa prática é um tanto quanto inútil uma vez que se mostra como sendo uma típica atitude de se dar murro em ponta de faca. Ora, por que o babaca é como é? Porque ele não tem noção do quanto é babaca. Esse é o grande paradigma do babaca: se ele soubesse o quanto ele é insuportável ele faria algo para não o ser. No entanto, o babaca é um ser geralmente ou obtuso ou teimoso. O fato de ele ser babaca é imperceptível aos seus olhos, e quando ele o percebe faz questão de ignorar tal fato.

O babaca é um pobre sujeito que geralmente se molda a partir da imagem de um outro babaca. Moldar, aliás, é uma constante na vida de um babaca. Sua personalidade geralmente é moldada baseada em picuinhas (que geralmente ele chamará de “idiossincrasias”). Sua conduta geralmente é embasada em torno dessas peculiaridades fúteis. Vivesse o babaca em torno de suas picuinhas o mundo mal notaria seu potencial de incômodo, no entanto o babaca faz questão de panfletar por todo o mundo o seu modo de vida e muitas vezes o impõem aos outros julgando Deus e o mundo segundo suas “idiossincrasias”. Quantos babacas já não o encheram o saco por conta da música que você ouve, dos livros que você lê ou das coisas que você pensa? O babaca não se sente feliz com o direito comum a todos da discordância e da discrepância. De alguma forma ele se sente impelido a se colocar como o padrão humano e ai de quem discordar.

Por conta desse forte apego a alguma forma de identidade (ou de identificação), o babaca sente um gosto pela necessidade de um antagonista. Na mente do babaca, ele é o paladino justo e ícone de suas condutas e apegos. A partir deste dogma, o indivíduo que se mostrar de alguma forma oposto à sua posição é um inimigo em potencial. Qualquer coisa dita ou feita por este deverá ser cuidadosamente analisada e prontamente desqualificada por única e exclusivamente se mostrar como algo potencialmente ofensivo aos ideais defendidos pelo babaca.

Todo babaca é um tirano em potencial. Um ser que dita as regras e os costumes ao seu redor. Como todo tirano, o babaca tem um potencial de liderança. Como já vimos, o babaca se molda à imagem e semelhança de outro babaca. Temos então que os babacas se diferem entre si mediante uma hierarquia baseada em uma pretensa originalidade. Quanto mais próximo de algum tipo de babaca-mor, mais respeitado será o babaca. Esta cadeia de babacas só irá reforçar aquele paradigma intrínseco ao babaca com o qual começamos o texto. O babaca não reconhece sua babaquice por ser justificado por uma série de outros babacas e não a percebe por se encontrar rodeado por esta jihad babaca.

O que devemos fazer quanto a isso? Repreender o babaca é se igualar a ele, crer de alguma forma ser um referencial de conduta e convívio (como o babaca pensa). Odiar o babaca é de alguma forma assumir uma identificação com sua figura patética, é apenas se aproximar de sua babaquice dando-lhe atenção demais e não o ignorando como bem se deve. “Ele é apenas um babaca!” é algo que deveríamos repetir não como um mantra, mas como uma sentença rápida e funcional como um “Saúde!” dito para alguém que espirrou.

quinta-feira, novembro 04, 2004

A palavra de quem entende de política

"Esse foi um fim de semana frustrante no aspecto eleitoral!" - Lenira Oliveira, formanda de Ciência Política manifestando mais uma opinião cheia de embasamento e profundidade sobre as eleições em Goiânia e Estados Unidos

"Os Bush são tipo os Kennedys... só que do mal!" - Cleiton Dante, formando de Ciência Política