domingo, julho 29, 2007

Post hiatus resolutions 2

Então eu volto a publicar o que eu escrevo. Sempre achei meio patético escrever para engavetar. Há alguns meses eu estou com internet em casa de novo e tudo o que eu faço é sentar na porra do orkut e ficar entrando em comunidades bizarras. Quando eu tinha um 486 e era o típico estudante de segundo grau em Goiânia - naquela época metade da sala queria ser dotô e comprar uma fazenda e a outra queria ser adevogado. Hoje eu acho que tem mais uma metade querendo virar artista. Isso passa filho! - eu escrevia mais. Não devia prestar, mas eu escrevia mais. Alguns ensaios doentes e uma poesia que só fiz porque concorria a 200 reais (merreca que para um moleque de 17 que não bebia nem fumava era dinheiro mais que o suficiente para torrar nos sebos e fliperamas).

Mas daí eu penso se o que eu escrevo realmente presta. Putz, muita gente boa fala que sim. Mas muito leitor de Nick Hornby também gosta. Puta que pariu! Será que eu já escrevi algo que preste. Passei um tempão resenhando disco e fazendo crítica de show para o cybergoias.com (resquiat in pace). Resenhas de quinze páginas de word, uma pá de shows criticados às cegas, algumas tiradas metidas a sacana. Minha caixa de email sempre tinha alguém de banda comentando críticas. Eu sabia mais ou menos para onde estava indo (ou pelo menos tinha alguém para dizer que tava uma bosta)...

Também sempre achei ruim falar de mim. A única coisa que presta no jornalismo é o precedente de que o repórter nunca é personagem da matéria. Eu acho isso demais. Daí eu me pego chorando as pitangas da minha inutilidade. Assim, exposto. Puta merda! É claro que eu comecei o "Putz... Morri!" num estilo diário. Caralho, eu era o que eu odeio! Hoje eu sei que minha vida não é tão interessante e meus dramas e conflitos não ocupariam duas linhas de um romance russo do final do século XIX. Talvez o nome disso seja maturidade.

Ou talvez escrever seja algo que parta de dentro para fora que eventualmente volta para dentro. A gente começa falando da gente para depois falar dos outros para depois falar mal dos outros (que é muito divertido) para depois escrever sobre nada para depois voltar para casa e ficar ouvindo música e lendo o que bem entender.

Pensei que com as férias poderia escrever em paz. Pfff! É meio difícil escrever quando se fica em casa eu acho. O meio, a mensagem, o emissor e receptor se tornam o mesmo ruído doente que fica sentado na frente do computador digitando alguma coisa que não vai ser terminada até que a merda do Pan acabe ou que o caos aéreo sejam resolvidos.

Toda vez que ligo a TV o que vejo é avião caído e pan. Eu poderia escrever sobre isso. Mas eu odeio esportes. E não me vejo no direito de comentar nada sobre a tragédia de São Paulo.

No mais é sentar no computador e ter o impulso kamikaze de escrever sem a verificação ortográfica do Word. Direto no blogger. Porque eu tenho teto de vidro e estou pouco me lixando. Eu atiro pedra mesmo. E se acertar mulher feia é ponto!

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