sábado, fevereiro 02, 2008

"Troquei meu filho por cerveja"

Cientistas britânicos conseguiram criar um espermatozóide a partir de uma célula-tronco feminina. O experimento abre uma possibilidade interessante: a de casais gays terem filhos com seus próprios genes. Uma possibilidade estranha para um mundo estranho.

Tá, nada contra mesmo e sem mas isso ou aquilo. Mas acho que o avanço nas tecnologias reprodutivas são o que há. Agora você não vai mais ter todo ano aquela pendenga nos jornais porque tem um casal gay querendo alugar uma criança. "Enfia o seu filho catarrento no cú, mona! Eu e o Jorge vamos ter nosso próprio! Ele vai ser um deus de ébano sensível e que sabe combinar roupas!". E quantas crianças não vão ser ninadas ao som de MPB ou folk music. E os lucros das lojas nos dias dos pais e das mães. Agora não vai mais ter aquele papo de "mamãe não vai ter neto". Sério, isso é bom!

Eu no meu papel de homem-heterossexual-branco-classe média (leia-se "bicho papão das minorias") acho que isso abre espaço para novas descobertas, tão ou mais inovadoras, na área reprodutiva. Acho que disso a você criar espermatozóides que dão ré é um pulo. Ou um espermatozóide transgênico. Você pega um espermatozóide e coloca nele o gene da siringueira. A ciência desenvolvendo espermatozóides com cabeça de borracha que quicam quando tentam penetrar o óvulo. Foda-se se a camisinha estourou, imagine que todos os seus espermatozóides estão envoltos por micropreservativos.

Mas a gravidez ainda é uma fronteira a ser rompida. Nove meses com um ser dentro de uma mulher. Não sei quantas semanas dos tais calores e os desejos de comer tijolo ou ovo podre. Eu acho que a ciência tinha que trabalhar no parto ovíparo. Qualé, se vai passar o nenem por ali, por que não um ovo? Claro que vão gerar situações estranhas.

"Amor, estou com os ingressos daquele show que a gente queria ir!"
"Ah, benzinho! Hoje não vai dar..."
"Por que? Algum problema?"
"É que vai descer hoje..."
"Ah, você tá de TPM!"
"Não! O ovo, pô!"

Aí depois é só colocar numa chocadeira ou sei lá, numa panela com água quente. Que nem Miojo. Eu acho que a coisa se dá assim. A ciência cria coisas para nossa comodidade. Quando a mulher vai fazer o parto normal é aquele drama. E quando vai fazer cesariana é aquele cagaço por conta da anestesia. Não dá para errar com uma panela e um tanto de água (talvez umas folhas de louro e um azeite a gosto).

O perfeito seria se você pudesse congelar o seu filho. O primeiro ano de vida ele passa chorando, o segundo colocando coisas na boca e o terceiro ele fica falando que nem uma matraca. Eu juro que se uma criança já nascesse com uns 16 anos eu lidaria muito melhor. É muito mais cômodo dar uma dura num moleque pré-maconheiro do que ficar trocando fraldas toda madrugada. Você quebra o mindinho dele e fala "Próxima vez é mais um dedo!". Vai fazer isso com uma criança e tente dormir em paz pelo resto da vida.

Se você vai tentar fazer esse tipo de coisa com seu filho eu te sugiro uma espécie de "crash course". Na verdade é mais um teste. Compre uma lagosta. Alimente-a, dê um nome a ela, saia para passear (nem que seja numa tina de água), dê carinho e ensine truques para o bichinho. Quando você tiver uma foto do bicho no desktop do seu computador, quando você chegar nesse nível, cozinhe e coma a lagosta. Você sabe como se cozinha uma lagosta?

3 comentários:

Anônimo disse...

Mas eai, esse filho instântaneo virá com aquele pozinho que deixa a água marron?

Não importa disse...

kkkkkkkkkkkkkkkkkkk...ri do início ao fim! qdo vc pensa q a ciência já resolveu todos os problemas, vem a ciência e cria mais mil pra se solucionar.

Avery Veríssimo disse...

Sensacional.