segunda-feira, abril 26, 2004

Utilidade Pública

O Ciclamato de Sódio (http://www.ciclamato.blogspot.com) voltou à ativa! Agora com 8 vitaminas e ferro...

Casas Bahia: aqui você pode!

sexta-feira, abril 16, 2004

Hiatus

Não... esse blog não será fechado em hipótese alguma. Escrevo aqui por prazer, e não deixaria de escrever aqui por conta de coisa alguma. O que acontece é que no momento tenho que equilibrar muitas coisas e realmente não venho tido tempo algum para sentar na frente do computador e escrever (aliás nem computador eu tenho tido para sentar na frente e escrever!)...

Possuo ainda alguns textos que não foram lançados aqui e que serão publicados assim que eu for para Goiânia...

Dentro de no máximo 1 mês (ou dependendo da minha habilidade com trabalhar sob pressão até menos) voltarei a postar aqui!

Se serve de consolo, prometo postar mais no meu outro blog, o "Life's FAQ"...

I'll be back... (já dizia The Governator)

sábado, abril 10, 2004

Utilidade Pública I

Minha república está com uma vaga sobrando. Somos 4 pessoas: a Lee, a Lory, , o Gus e eu.

O apartamento fica na SQN 404, perto do HUB e entre um Pão de Açúcar e um Big Box (que fica aberto 24 Horas). Contamos com ADSL, Tv à cabo e empregada semanalmente.

Os interessados devem mandar um email para mim (grungepaladin@yahoo.com.br) e marcar uma entrevista!

Brasil: Um país de todos!

Utilidade Pública II

Lembramos a proximidade do aniversário do autor desse blog... dia 23 de abril... E para quem anda perguntando o que eu quero...

- Aqueles livros massa da coleção "Baderna" (não da Vagalume...)
- "How the west was won" ou o "The song remains the same" do Led Zeppelin em DVD (pirateado mesmo!)
- "Pictures at an exibition" do Emerson, Lake and Palmer
- "Curtindo a vida adoidado" em DVD
- Ah, sei lá... tem um monte de coisa aí do lado... não sei porque você me encheu tanto o saco para botar esse lista de presentes aqui... (você mesmo que falou que descer uma ladeira dentro de um carrinho de compras seria uma boa idéia)...

Força Aérea Brasileira: asas de uma nação!
Sushi com fritas

“30% Off”, “Special Ribs”, “Summer Collection”, “Garage Sale”... em cada shopping um pedacinho de Miami (só faltam os aposentados e os republicanos). O abuso dos estrangeirismos ultrapassa a boçalidade até para os mais anti-ufanistas. Os puristas da língua clamam por uma lei que supostamente salvaria-nos da mácula do anglicismo na nossa língua pátria (sic). Os profetas do apocalipse lingüístico prevêem o nosso domínio através da língua. Parece que somos uma prostituta de rua ao lado de um “gringo” pervertido, atendendo um a um seus pedidos escatológicos e suas taras depravadas. Parece que somos a “favorita da casa” de um bordel formado por outros países que se encontram em igual dependência econômica. E é assim que nós perdemos nossa tão valorizada “identidade nacional”...

O debate em torno do estrangeirismo na língua e da perda de nossa “identidade nacional” é algo temperado com muito ufanismo misturado a um “maniqueísmo de esquerda”. A luta (porque todo embate que eles encontram pela frente eles chamam de “luta”) contra a invasão através da língua possui um país como símbolo: a França. O país possui uma legislação que regula o uso dos estrangeirismos além de valorizar a cultura francesa. No entanto, os defensores da luta dos franceses contra a invasão anglo-saxã ocultam o histórico de hostilidades e que existe entre as duas culturas além do preconceito velado mútuo (são como brasileiros e argentinos, só que com ótimos padrões de vida e moeda única estável)

Deixemos de lado a situação brasileira e francesa para analisar um outro país. Um país sinônimo de grande desenvolvimento econômico, tecnologia e tradição cultural (como a França): o Japão.

Quando falamos no Japão pensamos em pagodes com paredes finas e brancas, abrigando simpáticas famílias vestidas em quimonos tomando chá verde de maneira quase cerimonial em singelas cerâmicas milenares. Algo tão estúpido de nossa parte quanto nossa odiada imagem de país pitoresco e exótico. O Japão é um país com um panorama intrigante, onde o oriental e o ocidental se misturou de forma que ambos ficaram fixados sem um sobrepor o outro.

O Japão sofre com a influência ocidental (em especial a americana) tanto quanto nós ou pior. A questão do estrangeirismo lingüístico se dá de uma certa maneira reversa ao usual: lá dá-se o nome de produtos em função de sua tradução para o inglês, por exemplo Shapiro-Penciro (lapiseira, que em inglês se chama Sharp Pencil) ou Walku Machinuru (walk-machine). Este fenômeno pode ser explicado como sendo uma mera facilidade no comércio do país com o resto do mundo.

O japonês é dislumbrado com o ocidental. As adolescentes japonesas pintam o cabelo de loiro e fazem bronzeamento artificial enquanto os garotos enaltecem as imagens de James Dean, Marlon Brando (antes de se tornar o que conhecemos hoje...) e outros. A juventude japonesa cultua o momento mais característico da cultura americana: os anos 50. Este fenômeno é muito bem retratado em uma cena do filme “Kill Bill”, do diretor americano Quentin Tarantino, em que em uma espécie de clube noturno as típicas salas de reunião (daquelas onde se tira os sapatos para entrar e sentar em almofadas para tomar chá) contrasta com um palco logo abaixo onde ocorre um show de uma banda rockabillie. Se achar o dado refutável por se tratar de uma peça de ficção, lembre-se de “Hype!” (documentário que retrata a cena grunge) na parte em que mostram como foi a turnê dos Young Flesh Fellows no Japão: jovens com topetes, jaquetas de couro, “motocas”, saias rodadas e dançando como Jerry Lee Lewis.

A relação do Japão com a invasão da cultura ocidental parece ser bem pacífica até então. Como se trata de um país com uma cultura própria bem sedimentada através de milênios, a tão temida “invasão” se torna um mal distante e inofensivo, que só atinge países jovens e subdesenvolvidos. Podemos constatar então que o episódio ocorrido durante a crise asiática em que meninas de classe média alta se tornavam garotas de programa para manter o nível de consumo que estavam acostumadas (padrões de consumo praticamente basais como Prada, Yves Saint-Laurent, Pierre Cardin...) não tem nada haver com o típico consumismo norte-americano. O japonês consome por compulsão a ponto de produzir uma quantidade de sucata eletrônica muitas vezes maior que muitos países do mundo. Lançamentos de games, discos, vídeos e outras coisas do gênero são motivos para filas quilométricas (quem se lembra da fila de lançamento de Final Fantasy V que causou problemas e fez necessária a presença da polícia).

O caráter intrusivo da cultura americana, adotada como padrão da indústria cultural (uma vez que seus maiores representantes são americanos) não é uma exclusividade de país subdesenvolvidos com seus bonecos de barros e carrancas de madeira. É um fenômeno global, que atinge a todas as nacionalidades de uma forma perversamente democrática.